Carta aberta à Administração do ML-Metropolitano de Lisboa
FECTRANS – STTM – SINDEM – STMETRO - SITESE - SITRA
Exmº(ª)s Sr(a)s
Perante os problemas existentes na empresa e face ao descontentamento dos trabalhadores, a administração do ML – opta pela divagação e fuga para a frente, em vez da procura efectiva da resolução dos problemas. É esta a conclusão que tiramos da comunicação, de ontem, que a administração enviou para a comunicação social, onde demonstra, deliberadamente, um “desconhecimento” profundo dos problemas que afectam os trabalhadores e o descontentamento enorme que atravessa todos os sectores da empresa, por parte daqueles que, diariamente, asseguram todo o serviço público do ML, procurando manter a qualidade e a segurança. Há problemas por resolver e a administração procura iludir a opinião pública afirmando que não há “urgência ou tema que implique a realização do Plenário nesta ocasião”. Não sabemos se a administração sabe que são os trabalhadores que determinam, cumprindo as disposições legais, a urgência e o momento das acções na defesa dos seus interesses, que não são indissociáveis dos interesses da empresa, porque sem trabalhadores motivados não haverá, certamente, um serviço público de qualidade. São os trabalhadores os primeiros a estarem interessados e empenhados em garantir um transporte de qualidade às “pessoas que escolhem o transporte público como opção de mobilidade para celebrar, com tranquilidade e segurança, as festas da cidade”, mas não só nestes dias como parece ser a principal preocupação da administração, mas nos 365 dias do ano, mas isso não pode ser à custa no adiamento da resolução dos problemas e cumprimento dos acordos firmados. Diz a administração que “O Metropolitano de Lisboa continuará empenhado na resolução célere e eficaz das matérias objecto do processo negocial em curso e reitera o seu firme compromisso com uma postura de diálogo aberto, transparente e institucionalmente responsável com todas as estruturas representativas dos trabalhadores”, mas esse empenho até agora não conduziu à resolução dos problemas concretos, porque não pode haver diálogo pelo diálogo, se o mesmo não for acompanhado com a vontade da resposta efectiva às reivindicações dos trabalhadores. Apesar de tanta disponibilidade vossa para o diálogo, há razões efectivas para o descontentamento e protesto dos trabalhadores, pela falta das seguintes respostas:
• Falta de cumprimentos de acordos firmados;
• Redução do PNT (período normal de trabalho) para as 37h30m;
• Do acordo firmado em Dezembro de 2024 quanto ao pagamento das variáveis;
• Aplicação dos critérios definidos no AE para os concursos internos;
• Na marcação de férias principalmente na área da DOP;
• Das entradas e saídas do novos AT´s - Área da DCL;
• Do AE – Acordo de Empresa,no que respeita às avaliações de desempenho;
Não sendo poucas as matérias em que não está em discussão as soluções, mas sim a falta de cumprimento de acordos firmados, apesar de tanto empenho da administração, há também a falta de resposta a um conjunto de matérias, que estão na mesa de negociação, tais como:
• Proposta de regulamento de carreira apresentada em Agosto 2023;
• Proposta de revisão parcial do AE I entregue em Outubro de 2024;
• Resposta à carta aberta enviada em Abril de 2025
• Horários da Via;
• Irregularidades no cumprimento de restrições médicas por imposição da área DCH;
• Retirar as sanções abusivas referentes ao acidente de avalade ocorrido em 2024;
• Reposição imediata do PDF com as escalas dos maquinistas;
• Suspensão imediata da substituição das chefias da DOP por técnicos superiores.
Há muitas razões para a marcação do plenário de hoje e para as formas de luta que os trabalhadores decidiram e outras que venham a decidir, pelo que desafiamos a administração que em vez de epistolas para desviar as atenções do essencial, se centre na resolução dos problemas concretos e terá da nossa parte toda a disponibilidade para as evoluções necessárias, que garantam a paz social na empresa não só nos dias festivos, mas ao longo de todo o ano. Reafirmamos toda a nossa disponibilidade para reunir as vezes que forem necessárias para a discussão efectiva das soluções para o conflito e não apenas para reuniões sem conteúdo.
Sem mais assunto,
As Organizações Subscritoras